REVOLUÇÃO DE 1923
Antônio Augusto Borges de Medeiros, acabava de eleger-se governador do Estado do Rio Grande do Sul pela quinta vez, eleito pela primeira vez em 1903, seu governo teve a duração de 25 anos (com interrupção entre 1908 e 1913, quando o Estado foi governado por Carlos Barbosa Gonçalves).
O Presidente da República era Artur Bernardes. Como Borges de Medeiros apoiara Nilo Peçanha na disputa pela presidência da República, os libertadores (maragatos) esperavam que o Presidente Bernardes promovesse a intervenção federal no Rio de Janeiro, destituindo o governador niilista Raul Fernandes.
Este era o principal objetivo da Revolução, queriam os libertadores (maragatos) ganharem no grito.
Em 1924, passou por Piratini um corpo provisório da Brigada Militar, que estava “requisitando” cavalo para montaria das tropas e entre a tropa recolhida estava a petiça de um garoto, com o potranco ao pé, montada por um provisório que entrava em Piratini, quando foi informado pelos amigos que a Brigada tinha requisitado sua petiça, o menino enfrentou o provisório aos gritos:
- Devolve minha petiça, senão vou contar para o meu pai, que é o delegado daqui.
E insistiu várias vezes, até que foi notado pelo comando do corpo provisório, que o interrogou: - que está acontecendo? E o menino, aos gritos informou:
- Esta petiça é minha e eu quero ela de volta, senão vou contar para o meu pai, que é o delegado aqui em Piratini.
- Quem é o teu pai?
- É o Ernesto, respondeu o garoto.
O comandante então, chamou o provisório que vinha montado na petiça e mandou que saísse fora de forma e entregasse a petiça ao menino, que pulou em pelo na mesma e saiu galopando, acompanhado da gurizada amiga, todos alegres.
Este garoto... é meu pai! Está completando 91 anos neste novembro.
Alguns conseguem ganhar no grito, ma nem todos!
Cairo Moreira Pinheiro